terça-feira, 12 de junho de 2012

Santo Antônio, irmão dos Pobres

No tempo de santo Antônio a pobreza era crescente. A passagem de uma sociedade feudal para uma sociedade burguesa trouxe muita pobreza, especialmente nas cidades, onde o pobre não tinha muitas vezes nem sequer como matar sua fome.
Em seus sermões, de fato, Antônio não se cansa de atacar o egoísmo dos ricos, a exploração dos operários, a opressão e espoliação dos pobres por parte dos poderosos, as violências contra as vidas deles. Menção especial merece o combate que Antônio trava do púlpito contra os usurários, espoliadores inescrupulosos dos pobres, agentes de sua própria riqueza e causadores da miséria e desgraça de muitos infelizes.

A melhor defesa dos pobres, portanto, foi a crítica que Antônio fez a uma sociedade que privilegiava com grandes riquezas a alguns e privava inúmeras famílias do mínimo necessário para sua sobrevivência. Sua crítica era diretamente dirigida aos ricos, aos avarentos, aos usurários e até ao clero.
Como Francisco, Antônio também vê na pessoa do pobre o sacramental do próprio Cristo. E é exatamente esta compreensão do pobre que restitui sua dignidade, o que vale mais que as esmolas, que por sua vez, dadas a partir desta concepção reverterão também em benefício para o doador.
Em 15 de março de 1231, o governo de Pádua promulgou uma lei nos seguintes termos: "A pedido do venerável irmão Antônio, confessor da Ordem dos Frades Menores, para o futuro, nenhum devedor ou fiador poderá ser privado pessoalmente de sua liberdade, quando ele se tornar insolvente. Somente suas posses poderão ser apreendidas neste caso, não porém sua pessoa ou liberdade".
Com esta lei promulgada por sua intercessão, Antõnio conseguia pelo menos salvar a dignidade das vítimas de usura.
FREI CELSO MÁRIO TEIXEIRA, OFM
"É VIVA A PALAVRA QUANDO SÃO AS OBRAS QUE FALAM"
SANTO ANTÔNIO

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