terça-feira, 29 de maio de 2012

Poema


                                   
 Ser como o rio que deflui

Silencioso dentro da noite

Não temer as trevas da noite.

Se há estrelas no céu, refletí-las.

E se os céus se pejam de nuvens,

Como o rio as nuvens são água,

Refletí-las também sem mágoa

                                                                                   Nas profundidades tranquilas


                                                                                                   MANUEL BANDEIRA

Retiro da I Ordem

Sábado, dia 19 de maio, ocorreu no Convento dos Capuchinhos aqui em Teresópolis, o retiro da 1ª Ordem (Freis Capuchinhos da Província Nossa Senhora dos Anjos) de pós-noviços, aspirantes e postulantes, totalizando nove futuros frades. Matamos saudades dos Freis Fred, Aender, do noviço Franklin e conhecemos novos irmãos. O retiro começou na Sexta-feira e terminou Domingo, com a Missa.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Poema

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso,

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar...


Amar é a eterna inocência,

E a única inocência não pensar...

(Fernando Pessoa)

São Francisco e a Natureza Cósmica


Não é fácil para o homem moderno, com mentalidade científico-tecnológica, compreender a relação franciscana com os seres irracionais, mormente com as realidades materiais. Vivemos numa sociedade que nos ensinou a olhar as coisas como simples objectos, à disposição do nosso projecto utilitarista. A atitude franciscana, ao contrário, é de simpatia, admiração, celebração. Francisco rompe com os esquemas da razão e do cálculo superficial, bem como do gastar e do lucrar. Por isso, uma atitude de puro racionalismo não consegue compreender São Francisco. Muitos pretendem reduzi-lo a um sonhador ou a um romântico que, embora merecendo simpatia, não deve ser levado a sério.
Francisco de Assis soube viver a harmonia cósmica. Viveu de modo singular a utopia da grande fraternidade cósmica, predita pelo profeta Isaías. Todos os biógrafos ressaltam a relação fraterna de Francisco com todos os seres da criação. Transcreve-se apenas um texto de Celano (1 Cel 80-81).

«Seria longo, e até impossível, mencionar tudo quanto o glorioso Pai Francisco fez e ensinou enquanto viveu entre nós. Quem poderá descrever o seu inefável amor pelas criaturas de Deus e a doçura com que nelas admirava a sabedoria, o poder e a bondade do Criador? Ao contemplar o sol, a lua e as estrelas do firmamento, inundava-se-lhe a alma de gozo. Piedade simples, simplicidade piedosa: até pelos vermes tinha afeição, recordado da Escritura, que diz do Salvador: «Eu sou um verme e não um homem!» Por isso os retirava do meio do caminho para lugar seguro, não fossem esmagados pelos que passavam. E que dizer das demais criaturas inferiores, quando sabemos que, durante o Inverno, para as abelhas não morrerem de frio, queria que lhes servissem mel e vinho do melhor? De tal modo o engenho e apego ao trabalho destes pequenos seres o impeliam a louvar a Deus, que chegou a passar um dia inteiro a fazer o elogio destas e de outras criaturas. Como outrora os três jovens na fornalha convidavam todos os elementos a glorificarem e a bendizerem o Criador do Universo, assim este homem, cheio do espírito de Deus, jamais se cansava de glorificar, louvar e bendizer, em todos os elementos e em todos os seres, o Criador e Conservador de todas as coisas.
Que arrebatamento o seu quando admirava a beleza das flores ou lhes aspirava o delicado perfume! Imediatamente se reportava à contemplação dessa outra Flor primaveril, radiosamente nascida do tronco de Jessé, e que, mercê da sua fragrância, restituíra a vida a milhares de mortos. Quando encontrava muitas flores juntas, pregava-lhes e convidava-as a louvarem o seu Senhor, como se fossem dotadas de razão. O mesmo fazia diante dos trigais e dos vinhedos, dos rochedos e das florestas, das belas paisagens ridentes, das fontes, dos jardins, da terra e do fogo, do ar e do vento, convidando-os com simplicidade e pureza de alma a amarem e a louvarem o Senhor. A todos os seres chamava irmãos. Com penetrante intuição lograva descobrir duma maneira maravilhosa e de todos desconhecida o mistério das criaturas, pois gozava já da gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Agora que ele está nos céus, com os anjos Te louva, ó bom Jesus - ele, que na terra proclamava, diante de todas as criaturas, que só Tu és digno de amor infinito.»
O amor e respeito de Francisco pela natureza não era abstracto, convencional e impessoal. Tratava cada ser com delicada cortesia, sempre respeitando a sua própria individualidade e lugar priviligiado no cosmos. A partir da sua fé, razão de ser de toda esta visão, celebrava a grande presença de Deus na criação.
O olhar de Francisco sobre as coisas revela também a sua pobreza. Tudo é obra do Senhor. Tudo é propriedade de Deus. Francisco nunca foi interesseiro e egoísta, nem tão pouco instrumentalizador. Para ele, as coisas devem ser conservadas ou protegidas não tanto pelo seu valor para o uso, mas sobretudo porque existem. Estava liberto da cobiça e do desejo de posse e de domínio. Coloca-se no meio das criaturas, não acima delas; canta o Senhor através das criaturas.
No Cântico do Irmão Sol, Francisco exprime simultâneamente o seu coração de crente e de poeta. Por detrás, contudo, não estão somente razões teológicas e, muito menos, poéticas. Francisco não se serviu poeticamente das criaturas, não as reduziu a simples metáforas e alegorias de profundas experiências pessoais e religiosas. Elas não perdem a sua identidade. Para Francisco nada é destruido ou desvalorizado, nem mesmo em função do religioso. Por outro lado, Francisco não pára nas criaturas, mas sobe até ao seu Autor e Criador.
Francisco é o homem «total»: não coloca o espírito de um lado e o corpo (matéria) de outro. Por isso, nele estão unidas ascese corporal e espiritual, fé e vida. Em tudo queria seguir os vestígios de Cristo. Em todas as coisas descobria uma relação com Cristo. Assim se distanciava Francisco dos outros movimentos religiosos do seu tempo, particularmente os cátaros, que defendiam uma atitude de desprezo para com os seres criados.
A atitude de Francisco diante da natureza não podia passar despercebida aos ecologistas e a quantos se preocupam com o meio ambiente. Já em 1966 o historiador Lynn White, numa reunião da "Associação americana para o progresso da ciência", propunha que São Francisco fosse o patrono dos ecologistas. Pouco tempo depois, em 1979, João Paulo II declarava São Francisco de Assis patrono dos ecologistas.
Na linha de Francisco, o verdadeiro franciscano é chamado a ser um "mundisensor", isto é, aquele que sente o mundo e os seres que nele estão. Este sentir o mundo manifesta-se de três modos:
1. A PRESENÇA: Todo o universo é testemunha da Presença criadora. È importante cultivar o "estar-frente-ao-outro", não de modo impessoal e coisificado, mas numa relação fraternal e comunhão afectiva. Com Deus, com os homens e com a natureza.
2. O OLHAR: Um olhar penetrante e atento, porque a realidade é presença e ausência. Um olhar que não é simplesmente "ver", mas mas que estabelece relações. Um olhar que procura redescobrir o "escutar", porque a natureza "fala"... se não nos deixamos invadir por ruídos e distrações sem fim. Não esqueçamos que o franciscano aproxima-se de todos os seres pela via do afecto e não tanto do conhecimento.
3. A MORAL DA FRUGALIDADE: É urgente abandonar a atitude consumista e a consequente relação com o mundo na linha de posse e de propriedade mais do que de simpatia e contemplação. Somente uma cultura ascética das coisas poderá livrar-nos da civilização do consumismo desumanizante e levar-nos a uma relação mais pessoal, mais livre e mais humana com todos os seres.
Para concluir, DIMENSÕES IMPORTANTES DA "ECOLOGIA FRANCISCANA":
:: As coisas apontam na direcção de Deus. Mas não são Deus. Francisco não pode ser acusado de panteísmo porque marcou bem a diferença entre o Criador e as criaturas.
:: São Francisco visa em primeiro lugar ao Criador e não à criação. Só assim pôde ver a beleza do mundo e não simplesmente a sua utilidade.
:: Por uma questão de sobrevivência é indispensável preservar o meio ambiente. Mas os franciscanos fazem-no ainda por outra razão mais profunda: por respeito ao Criador.
:: O homem não é o senhor absoluto da natureza. Deve aceitar a sua condição de criatura.
Confrontemos a nossa atitude por vezes materialista, utilitarista e consumista com a
de Francisco, que em tudo e com todos canta os louvores de Deus Criador.
cfr. "Franciscanismo e reverência pela criação", in "Cadernos
franciscanos 3", Vozes + CEFEPAL do Brasil, Petropolis 1991


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Cronologia da vida de São Francisco de Assis

1181/82 - Verão ou outono (junho-dezembro): nasce em Assis. Batizado com o nome de Giovanni di Pietro (pai) di Bernardone (avô). Mudado para Francisco.

1202 - Guerra entre Perusa e Assis. Assis vencida Collestrada. Francisco, com 20 anos, passa um ano preso em Perusa. Resgatado pelo pai, devido à doença. Nesse tempo parece que a família de Clara está refugiada em Perusa: ela com 8/9 anos de idade.

1204 - Longa doença.

1204 - Fim, ou primavera de 1205 (entre março-junho): parte para a guerra na Apúlia, no Sul. Volta após visão e mensagem de Espoleto. Começo da conversão gradual. Em junho de 1205 morre o guerreiro Gautier de Brienne, chefe das expedições no Sul.1205 - Outono (setembro a dezembro): mensagem do crucifixo de São Damião. Conflito com o pai. Região da Umbria

1206 - Janeiro-fevereiro: questão perante o bispo Dom Guido II (1204 a 30 de junho de 1228). Primavera (março-junho): em Gúbio, perto de Assis, cuida dos leprosos.
Verão, provavelmente em julho: volta a Assis. Veste-se de eremita e começa a reparação da capela de São Damião. Fim do processo de conversão; começo dos anos de conversão, segundo a cronologia de Tomas de Celano. (Exemplos 1C 18, 21, 55, 88, 109).

1208 - Janeiro ou fevereiro: trabalha na reparação de São Damião, San Pietro e Santa Maria Degli Angeli ou Porciúncula.

1208 - 24 de fevereiro: ouve o evangelho da missa de São Matias, na Porciúncula, sobre a missão apostólica. Muda as vestes de eremita e passa a usar as de pregador ambulante, descalço. Início da pregação apostólica. Aqui propriamente começa o estilo de vida franciscana, apostólica, de presença.
16 de abril: recebe em sua companhia os irmãos Bernardo de Quintavalle e Pedro Cattani. No dia 23, recebe o irmão Egídio na Porciúncula.
 Primavera (março-junho): a primeira missão. Francisco e Egídio vão à Marca de Ancona no litoral adriático. Recebe mais três companheiros, inclusive Filipe (Longo). Outono ou inverno (entre setembro-março): segunda missão. Os sete vão a Poggiobustone no vale de Rieti. Depois de ter-se certificado do perdão dos pecados e do futuro crescimento da Ordem, Francisco envia os seis, e mais um que se lhes agregara, para a terceira missão, dois a dois. Bernardo e Egídio vão a Florença.

1209 - Começos: os oito voltam à Porciúncula. Ajuntam-se-lhes outros quatro. Primavera (março-junho): Francisco escreve breve Regra e vai a Roma com os onze. Obtém a aprovação do Papa Inocêncio III, só oralmente. Seria esta a primeira Regra, perdida. Na volta passam por Orte e se estabelecem em Rivotorto perto de Assis, num rancho abandonado.
Basílica superior de São Francisco de Assis Oto (Otão) IV é coroado imperador em Roma, a 4 de outubro. Está em Assis entre dezembro de 1209 e janeiro de 1210. Passa com seu cortejo perto de Rivotorto, mas não se sabe se antes da coroação ou depois.

1209 -  Ou 1210. Os frades mudam-se para a Porciúncula, depois que um camponês toma para estábulo de seu burro. Possível começo da Ordem Terceira Secular. A Porciúncula era dos beneditinos cluniacenses que a emprestaram a Francisco. Torna-se o berço da nova Ordem.

1211 - Verão (junho-setembro): Francisco vai à Dalmácia e retorna.

1212 - 18-19 de março: na noite do domingo de Ramos, a nobre jovem Clara di Favarone foge de casa e é recebida na Porciúncula. Talvez em maio fica alguns dias no mosteiro de São Paulo e algumas semanas no mosteiro beneditino de Panzo (perto de Assis) e por fim recolhe-se a S. Damião, onde fica até sua morte em 1253. Segue-a a irmã Inês, 16 dias depois.

1213 - 8 de maio: em São Leão, perto de S. Marino, conde de Chiusi, Orlando Cattani, oferece a Francisco o Monte Alverne (La Verna), perto de Arezzo, para servir de eremitério. É o monte da crucifixão de Francisco, em 1224.

1213 - ou 1214/15. Francisco pretende ir em missão a Marrocos, entre os muçulmanos, mas chega apenas à Espanha, onde adoece gravemente, retornando logo à Itália. Tomás de Celano "agradece a Deus esta doença", porque com a volta de Francisco, é recebido na Ordem (10 56).

1216 - Verão (junho-setembro): Francisco obtém do sucessor de Inocêncio III, o Papa Honório III, em Perusa, a indulgência da Porciúncula.

1217 - 5 de maio: capítulo geral de Pentecostes na Porciúncula. Primeira missão para além dos Alpes e ultramarina. Instituição de províncias. Frei Egídio vai para Túnis. Frei Elias para a Síria. Francisco pretende viajar para a França, mas o Cardeal Hugolino, legado papal na Toscana, encontra-o em Florença e o convence a permanecer na Itália.1219 - 26 de maio: capítulo geral de Pentecostes. Grandes missões no exterior: Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos, França. Em junho, Francisco vai de navio de Ancona para o Oriente, a exemplo dos outros. Óleo de Manuel da Costa Ataíde, no foro da Sacristia da Capela da Ordem III de São Francisco, em Mariana/MG Os que vão à França, interrogados se são albigenses, respondem afirmativamente, não sabendo que albigenses são denominados os hereges cátaros (puros) do Sul da França. O bispo de Paris e professores da Universidade, examinando a sua Regra, constata que a mesma é católica e evangélica. Dirigem-se, porém, ao papa, pedindo informações. Este declara-os católicos e com Regra aprovada pela Santa Sé.
Para a Alemanha viajam cerca de 60. Do alemão conhecem apenas a palavra "Ya" (sim). Perguntados se querem comida ou, hospedagem, respondem: "Ya". Perguntados se são hereges lombardos (pobres da Lombardia = Valdenses) e se vêm espalhar seus erros, também respondem: "Ya".
Presos, surrados, despidos, ridicularizados, sofrem como cães. Vendo que não podem produzir frutos na Alemanha, voltam para a Itália. Começam dai por diante a julgar tão cruel a Alemanha que só pelo desejo do martírio voltariam outra vez para lá.
Na Hungria também os missionários sofrem os maiores vexames. Quando vão pelos campos, os pastores atiçam os cães contra eles e dão-lhes cacetadas. Pensando que querem sua roupa, dão-lhes as túnicas exteriores. Depois as vestes... Acabam voltando para a Itália.
Os que vão para Marrocos, são martirizados e depois canonizados como os protomártires franciscanos (Beraldo, Pedro, Acúrsio, Adjuto, Otão: 1220). Movido por esse fato, Santo Antônio, então cônego regular de Coimbra com o nome de Fernando, pede ingresso na Ordem Franciscana.

1219 - Outono (setembro-dezembro): Francisco vai ao acampamento do Sultão do Egito, Melek-el-Kamel (1218-38), e tem "entrevista" com ele. A 5 de novembro, o exército dos cruzados toma Damieta, perto de Alexandria, no Egito. Francisco tem pouco resultado junto ao Sultão. Escreve o cronista que, ao chegar, é maltratado. ignorando a língua dos turcos, apenas diz: "Soldan, Soldan". Então é levado à sua presença e depois reconduzido por homens armados para junto dos exércitos que cercam Damieta.

1220 - Inícios: Francisco viaja para São João d'Acre (Accon), onde há uma fortaleza dos cruzados, e vai à Terra Santa. Na sua ausência, Francisco deixa dois "vigários", que, porém, começam a introduzir novidades na Ordem, instituindo novos dias de jejum e abstinência, além dos já marcados. Um frade, encarregado das clarissas, pede privilégios ao papa em favor delas, contra a vontade do santo, que prefere "vencer pela humildade mais que pelo poder da lei". Outro, subtraindo-se à Ordem, pretende fundar uma nova Ordem para leprosos de ambos os sexos.

1220 - Primavera ou verão (março-setembro): alarmado pelas notícias que um frade leva ao Oriente, retorna à Itália, desembarcando em Veneza. Nessa ocasião, o Cardeal Hugolino é nomeado protetor da Ordem.

1220 -  (ou 1217-18?): Francisco entrega o governo da Ordem a Frei Pedro Cattani, como seu vigário.

1221 - Março: morre Frei Pedro Cattani.
Maio: capítulo geral de Pentecostes. Frei Elias de Cortona é eleito vigário em substituição ao falecido. Francisco apresenta a segunda Regra (Não-bulada ou não aprovada por bula papal), que Frei Cesário de Espira, versado em Sagrada Escritura, adornou com muitos textos bíblicos.
No fim do capítulo, Francisco, diz o cronista, lembra de novo a missão da Alemanha, fracassada em 1219. Pergunta se há voluntários. "Apresentam-se cerca de 90, inflamados pelo desejo do martírio (!), oferecendo-se à morte". Entre eles, o cronista que refere o fato, Frei Jordão de Jano e Frei Tomás de Celano, o biógrafo de São Francisco. Esta missão, mais bem preparada, dirigida pelo alemão Frei Cesário de Espira, tem sucesso.

1221 - Aprovada a Regra da Ordem Terceira Secular pelo Papa Honório III.

1221/22 (?). Francisco faz uma viagem de pregação ao Sul da Itália.

1222 - 15 de agosto: Festa da Assunção. Francisco prega em Bolonha (sede de estudos jurídicos). Suas palavras visam mais " extinguir inimizades e reformar os pactos de paz", conforme relata um ouvinte. "Muitas facções de nobres, entre os quais existia velha inimizade, com derramamento de sangue, foram levadas à pacificação".

1223 - Inícios: em Fonte Colombo, Francisco redige a 3ª Regra, que é discutida no capítulo geral de junho. A discussão continua em Roma, e em outubro Francisco se dirige ao Papa para pedir a aprovação.
29 de novembro: Honório III aprova, com bula papal, a Regra definitiva, ainda hoje em vigor. O texto original conserva-se como relíquia no Sacro Convento de Assis. Provavelmente houve colaboração dos frades e do representante da Santa Sé.
24/25 de dezembro: na noite de Natal, Francisco celebra a festa em Greccio, junto a um presépio.

1224 - 2 de junho: segue uma missão de frades para a Inglaterra. Bem-sucedida.
Em fim de julho ou início de agosto: o vigário da Ordem, Frei Elias é advertido (sonho, ou visão?), que Francisco terá ainda 2 anos de vida.
15 de agosto a 29 de setembro: Francisco, com Frei Leão e Frei Rufino, passa no Alverne, preparando-se com uma quaresma de oração e jejum para a festa de São Miguel Arcanjo. Em setembro, tem a visão do Serafim alado e recebe os estigmas.
Em outubro ou inícios de novembro: Francisco retorna a Porciúncula, via Borgo San Sepolcro, Monte Casale e Città di Castello.
1224 -  ou 1225, dezembro-fevereiro: cavalgando um jumento, Francisco faz um giro de pregações pela Úmbria e Marcas (Ancona).
1225 -  Março: visita Clara em São Damião. Suas vistas pioram muito, então. Ele pretende ficar ali numa cela, ou na casa do capelão, mas, cedendo aos pedidos do vigário da Ordem, Frei Elias, consente em receber tratamento médico: a estação é muito fria, e o tratamento é transferido.
Abril ou maio: ainda em São Damião, Francisco recebe tratamento, mas não melhora. Recebe a promessa da vida eterna. Depois de uma noite dolorosa, atormentado pela dor e por ratos, compõe o Cântico do Irmão Sol. Junto a Santa Clara.
Junho (?): acrescenta uma estrofe ao Cântico do Irmão Sol, comemorando a reconciliação entre o bispo e o podestá de Anis: "Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam por teu amor, e suportam enfermidades e tribulações. Bem-aventurados os que sofrem na paz, pois por ti, Altíssimo, coroados serão".
Aconselhado por uma carta do Cardeal Hugolino, protetor da Ordem, deixa São Damião e vai para a vale de Rieti.
Inícios de julho: acolhido em Rieti pelo Cardeal Hugolino e pela corte papal (que lá está de 23/6 a 6/2), para submeter-se ao tratamento dos médicos da corte pontifícia. Vai a Fonte Colombo para tratamento, sob insistência do Cardeal Hugolino, mas o difere, devido à ausência de Frei Elias.
Julho ou agosto (?): em Fonte Colombo, o médico cauteriza as têmporas de Francisco, mas com pouco resultado.
Setembro: Francisco vai a S. Fabiano, perto de Rieti (Floresta), para ser tratado por outro médico, que opera sua vista. Restaura então a vinha do pobre padre, danificada por visitantes de Francisco.

1225 -  De outubro deste ano a 1226: Francisco vive ora em Rieti, ora em Fonte Colombo.
Abril: vai, a Sena para outro tratamento.
Maio ou junho (?): volta à Porciúncula, via Cortona.
Julho-agosto: no calor do verão é levado para Bagnara, nas colinas perto de Nocera
Fim de agosto ou inicio de setembro: piorando de saúde, é levado, via Nottiano, para o palácio do bispo de Assis. D. Guido acha-se ausente, em peregrinação ao Santuário de São Miguel, cuja festa se celebra no dia 29, no monte Gargano.              
Sentindo iminente a morte, pede para ser levado para a Porciúncula. Chegado à planície, lança sua bênção sobre Assis. Nos últimos dias de vida, dita o Testamento, autotestemunho de incalculável valor para a vida e os propósitos de homem tão singular.
Com a proximidade da morte, pede que o deitem nu no chão. Depois aceita emprestado o hábito que o guardião lhe dá. Faz ler o evangelho da última Ceia e abençoa os filhos seus, presentes e futuros.

1226 - 3 de outubro, à tarde: Francisco cantando "mortem suscepit" (morreu cantando). No domingo seguinte, 4 de outubro, é sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis, mas o cortejo fúnebre passa antes pelo mosteiro de São Damião, para a despedida de Clara.

1228 - 16 de julho: Francisco é canonizado. Relíquias trasladadas para a nova basílica, em construção, em 25 de maio de 1230.

(Cronologia baseada em Saint Francis of Assisi. A Biography by Omer Englebert. Translation by Eve Marie Cooper. Second Edition. English Edition revised and argumented by Ignatius Brady, O.F.M and Raphael Brown with introduction, appendices, and comprehensive bibliography covering modem research. Chicago 1965. Completada por Fr. Ildefonso Silveira, O.F.M.).

sexta-feira, 18 de maio de 2012

2012 - Ano Clariano

Em 2012 comemoramos os 800 anos do Carisma Clariano. O franciscanismo poderia muito bem viver sem Clara, mas não seria o mesmo! Clara foi a parte contemplativa e reclusa do ideal de Francisco, de fazer do mundo um Grande Convento e pregar Jesus e  sua vida a todos os seres, que são seus irmãos.

Clara foi amiga de Francisco como todos já sabem. Muitos dizem que havia um "amor platônico", um romance.... quanta bobagem e pobreza de espírito! O amor platônico supõe o desejo sexual, o amor erótico, só que vivido apenas no plano das idéias, da fantasia. O amor espiritual, não. Ele passa por outras vertentes, é o querer bem, ver a vida como o outro a vê, olhar na mesma direção, se entender sem precisar de palavras.

Entre Clara e Francisco havia um forte vínculo humano, mas de tipo paterno e filial e não esponsal. Francisco chamava Clara de "plantinha" e Clara o chamava de "nosso pai". Assim foi o amor de Clara e Francisco, eles olhavam na mesma direção, olhavam para Deus, para Jesus Cristo, horizonte de tudo o que existe.

Frei Raniero Cantalamessa citou a cena da Série "Francisco e Clara" que foi exibida na Rai Uno (TV italiana) como a síntese de toda a relação entre Clara e Francisco e sentido do carisma de nossa família franciscana:

"Francisco caminha em um prado, Clara o segue introduzindo seus pés, quase brincando, nas pegadas que Francisco deixa e, diante da pergunta dele: 'Estás seguindo minhas pegadas?' responde luminosa: 'Não, outras muito mais profundas'.

CLARA DE ASSIS, UTOPIA FECUNDA NO PRESENTE
Pessoas sem projetos, sem sonhos, sem utopias, nada construirão absolutamente. Os sonhos são decisivos para a mudança de uma realidade pessoal ou social.
Cultivar uma utopia é sempre caminhar para frente. CLARA DE ASSIS foi na sua história, fonte generosa de uma grande utopia esta só motiva quando desce ao coração
tornando-se força motriz de transformações.
Nosso presente carece de utopias... quem será capaz de captar as angústias e esperanças de tantos homens e mulheres e dar-lhes uma resposta?
Essa jovem mulher distante de nós no tempo se agiganta à nossa frente como capacidade criadora, capaz de transmitir espírito e a contagiar simpatia e sã alegria. Sua vida foi e continua sendo uma resposta de liberdade, profundidade e vida.
Nesse mundo tão cheio de desigualdades e desequilíbrios, com seus ídolos, com sua escalada de violência, tão longe da paz e de Deus, o rosto de Clara é uma luz a iluminar os direitos fundamentais da pessoa humana avançando sempre mais na criação e ampliação de novos espaços.
Nela a UTOPIA superou a desintegração e realizou a integridade.
Nela não deixou morrer a seiva da liberdade, criatividade, ousadia e profetismo.
Nela deixa a "estrada oficial" para caminhar na contramão da história.
Nela desinstala-se e põe-se a caminho para servir à vida.
Nela rompe o silêncio da vida fácil para viver a experiência da solidariedade.
Nela encontra a "perfeita alegria" no dom de oferecer a própria vida.
Nele põe-se a caminho rumo a novos horizontes.
Nela mantém viva a esperança que dá sentido á vida.
Nela a utopia evangélica teve lugar.
Nela tornou real a fraternidade franciscana estar verdadeiramente a serviço da autoridade.
Nela a liberdade pessoal contrastou com o sistema social vigente.
Nela sempre esteve a caminho rumo à meta de seu ideal.
Nela encontrou espaço para colocar tudo em comum, sobretudo a própria vocação, o projeto evangélico e a própria liberdade.
Nela tornou concreta e verdadeira a renúncia a qualquer tipo de posse.
Nela foi possível a "santa simplicidade"se tornar um modo de existir.
Nela a nupcialidade foi vivida nas dimensões materna e "sorelal".
Nela a experiência contemplativa tornou-se relação vital e concreta.
Nela o Cristo Jesus é "o mais belo entre os filhos dos homens".
Nela "irmã morte" tornou-se um encontro e uma nova possibilidade.
(Ir. Maria Vilani Rocha de Oliveira, FHIC)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

18 de maio - dia de Frei Félix de Cantalício - o santo da humildade

São Félix de Cantalício - religioso

O Santo das ruas de Roma, assim foi chamado São Félix de Cantalício, capuchinho. Nascido no minúsculo centro agrícola de Cantalício (Rieti) em 1515, Félix Porro, de Santo e Santa. Entrou para os capuchinhos nos fins de 1543 e início de 1544 e, completo o ano de noviciado no convento de Antícoli (hoje Foggia), a 18 de maio de 1545 emitiu a profissão dos votos religiosos no conventinho de Monte São João, onde ainda hoje se conserva o seu testamento escrito a 12 de abril de 1545. Ele pertence à primeira geração dos Capuchinhos. Félix se fez frade logo depois da saída de Bernardino Ochino (maio de 1542), quando os pobres capuchinhos foram incriminados publicamente como hereges, e tudo fazia crer que seriam supressos. Convidado por um seu primo agostiniano a segui-lo passando para a sua ordem, Frei Félix respondeu que, se não pudesse continuar sendo frade capuchinho, preferiria permanecer no mundo. Não obstante as perseguições e calúnias a Reforma Capuchinha era altamente estimada.

Frei Félix era admirado por todos, inclusive cardeais e papas. Certa vez, em Trindade dos Montes, o papa Sisto V encontra Frei Félix e pede-lhe um pão. O esmoler procura no alforge, a fim de escolher o melhor. "Não escolhas, Frei Félix, dá-me aquele que pegar primeiro". E saiu um pão duro e negro. "Santo Padre, não foi de propósito; tenha paciência e lembra-te que ainda és frade". Sisto V, querendo abreviar os tempos da canonização de Frei Félix, se dizia pronto a confirmar o processo com juramento.

Das coisas maravilhosas atribuídas a Frei Félix ainda vivo, testemunhará quase só gente estranha à Ordem: os frades, ou as ignoravam ou não julgavam oportuno recontá-las.  De fato, depois de ter passado os primeiros quatro anos da sua vida religiosa nos conventos de Antícoli, Monte São João, Tívoli e Palanzana (Viterbo), passou o resto de seus dias em Roma (1547/1587) onde, diariamente, mendigou antes o pão (até 1572) e depois, até à morte, vinho e óleo para os seus frades. Os Capuchinhos que viveram dia a dia com ele, o tinham como um bom religioso como tantos outros, e por isso ficaram apavorados quando viram a interminável procissão de gente que acorria para venerar o seu cadáver e que juntamente com o para Sisto V proclamava os seus milagres e a sua santidade.

Frei Félix levou à perfeição aquilo que as constituições prescreviam, não servilmente mas na liberdade do seu carisma, vivendo no convento principal da ordem, em Roma, sede do vigário Geral. Muitos frades ilustres o conheceram especialmente por ocasião dos capítulos gerais.

O povo de Roma o tinha em alta estima e venerava-o com o mesmo carinho com que venerava outro grande santo daquela época, São Felipe Néri. Entre os dois surgiram competições de humildade: um, em público, bebia da garrafa do fradinho; outro levava pela cidade o barrete do Padre. Cada um queria ajoelhar-se diante do outro mas nenhum deles cedia. Acabavam por se abraçar e, levantando-se, separavam-se em silêncio. Era tão forte e sublime aquela amizade que, para se identificarem com Cristo, se auguravam as penas mais atrozes. Um dizia: "que eu te possa ver queimado vivo"; outro dizia: "que eu te possa ver retalhado em quatro". E assim por diante.


Seria necessário conhecer melhor o influxo (não oficial, mas carismático e real) por ele exercido na vida e na história da Ordem Capuchinha, no campo da perfeição religiosa e da santidade. Não falta material para descobrir os canais e as formas de tal influxo. Basta ver a grande difusão das suas imagens, relíquias, culto, fórmulas particulares de oração e, aquilo que mais conta, o empenho de imitá-lo especialmente da parte dos irmãos não clérigos Capuchinhos, alguns dos quais estão numerados nas listas dos beatos e santos. É certo que, entre os Capuchinhos, Frei Félix de Cantalício foi o Santo mais amado e seguido como modelo: em 1650, entre os 11.000 Capuchinhos da Itália, 277 se chamavam Félix e, até 1966, o necrológio da Província de Roma registra 217 frades que tinham o mesmo nome, Félix.

Entretanto, os 72 anos já lhe pesam. Ansiava ardentemente a paz do céu. Neste sentido fizera saber aos frades de que a sua partida não tardaria muito. Há oito anos que sofria horrivelmente dos intestinos, cujas dores se agravaram em 1587. Eis a conclusão de uma inocentíssima vida. Eram 11 horas da noite, do segundo dia de Pentecostes, 18 de maio de 1587. Toda cidade de Roma compareceu aos funerais. Os milagres multiplicaram-se sobre o seu sepulcro.

(Frei Eurípedes Otoni da Silva - OFMCap.)

Oração:

Ò Deus, que destes à família seráfica e à Igreja São Félix, exemplo de simplicidade evangélica e de inocência de vida, concedei que, seguindo os seus passos, cuidamos de amar somente a Cristo e de segui-lo com alegria. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, Nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.



In Memoriam

Na cidade de Assis, "il Poverello"
Santo, três vezes santo, andou pregando
Que o sol, a terra, a flor, o rocio brando,

Da pobreza o tristíssimo flagelo,
tudo quanto há de vil, quanto há de belo,
tudo era nosso irmão! _ E assim sonhando,

Pelas estradas da Umbria foi forjando
Da cadeia do amor, o maior elo!

'Olha nosso irmão Sol, nossa irmã Água...'

Ah! Poverello! Em mim essa lição
Perdeu-se como vela em mar de mágoa
Batida por furiosos vendavais!

Eu fui na vida a irmã de um só Irmão,
E já não sou a irmã de ninguém mais!

(Florbela Espanca)


Paz e Bem !!!

A saudação de Paz e Bem 
A saudação franciscana de "Paz e Bem" tem sua origem na descoberta e na vocação do envio dos discípulos, que São Francisco descobriu no Evangelho e, que ele colocou na Regra dos Frades Menores – "o modo de ir pelo mundo". Lucas (10,5) fala na saudação "A paz esteja nesta casa", e Francisco acrescenta que a saudação deve ser dada a todas as pessoas que os frades encontrarem pelo caminho: "O Senhor vos dê a paz".
No seu Testamento, Francisco revela que recebeu do Senhor mesmo esta saudação. Portanto, ela faz parte de sua inspiração original de vida: anunciar a paz. Muito antes de São Francisco, o Mestre Rufino (bispo de Assis, na época em que Francisco nasceu), já escrevera um tratado, "De Bono Pacis" – "O Bem da paz" e, que certamente deve ter influenciado a mística da paz na região de Assis. Haviam, então, diferentes formas de saudação da paz, entre elas a de "Paz e Bem".

A paz interior como fundamento da paz exterior
Na Legenda dos três companheiros (58), São Francisco dá para seus frades, o significado único para a paz:
"A paz que anunciais com a boca, mais deveis tê-la em vossos corações. Ninguém seja por vós provocado à ira ou ao escândalo, mas todos por vossa mansidão sejam levados à paz, a benignidade e à concórdia. Pois é para isso que fomos chamados: para curar os feridos, reanimar os abatidos e trazer de volta os que estão no erro".
Trata-se da paz do coração que conquistaram. Francisco exorta seus frades a anunciar a paz e a testemunhá-la com doçura, porque este é o único caminho de comunicação para atrair todos os homens para a verdadeira paz, a bondade e a concórdia e tem o objetivo de abrir os corações à paz, isto é, à força espiritual interior: a paz interior da bem-aventurança e a paz proclamada e dirigida a todos, constituem uma única e mesma realidade.

O Bem da paz – o "Sumo Bem"
Deus Sumo Bem é a experiência fundamental de Francisco, o ponto de partida de sua espiritualidade. Nela se fundamenta a vida franciscana como resposta de amor, configurando o amado ao Amor. Portanto, "Bem" é Deus-Amor, é a caridade.
E é justamente este o sentido da resposta humana, a da conversão ao Bem, ao "Sumo Bem": aceitar Deus como centro absoluto da própria existência, e inserir-se no seu projeto tornando-se seu colaborador. Desta experiência nasce a "doçura", que enche a vida de Francisco, a sua necessidade de entregar tudo a Deus (pobreza), de render-lhe graças e louvá-lo sem cessar. Desta experiência nasce também a confiança de tudo arriscar, sabendo que Deus não o deixará desamparado.

"Paz e Bem" – A paz se constrói pela caridade
Portanto, a saudação franciscana de "Paz e Bem" é um programa de vida, é uma forma evangélica de viver o espírito das bem-aventuranças. Nestas duas ‘pequenas’ palavras se esconde um dinamismo e uma provocação: saudar alguém com "Paz e Bem" é o mesmo que dizer: o amor de Deus que trago em meu ser, é a mesma pessoa que reconheço nos outros e no mundo e, por causa d’Ele, devemos viver a caridade – o Bem – entre nós.
A caridade vivifica os membros de Cristo, os une e os faz estar em harmonia num só corpo. Ela é como um cabo, em cuja parte superior foi aplicado um gancho que liga a divindade à humanidade, o cordão que o senhor colocou na terra e com o qual ergueu o homem para o céu".
(Mestre Rufino)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O TAU - Cultura Franciscana(símbolos)

Muitas pessoas nos perguntam porque o TAU é o símbolo franciscano e o que ele significa. Muitos nem sequer o conhecem.

O TAU não foi criado por São Francisco, pois já tinha sido visto no Egito e na arte da civilização Maia, mas ele o adotou como um símbolo de sua busca do divino e da salvação.

Existe somente um texto bíblico que menciona o TAU, a última letra do alfabeto hebraico. Ezequiel 9, 1-7: " passa pela cidade, por Jerusalém e marca com um TAU a fronte dos homens que gemem e choram por todas as práticas abomináveis que cometem". O TAU é a mais antiga grafia em forma de cruz, na Bíblia é usado como ato de assinalar, o que é  muito comum na história da salvação. O TAU é um selo de Deus, significa estar sob o domínio do Senhor, ser reconhecido por Ele e reconhecer Sua proteção.

Pedimos-Te

Grande artífice da verdade!...
aqui estamos nesta casa do teu coração, como seres penitentes em busca da perfeição e queremos encontrar os meios que fogem da razão

Pedimos-te a paz, Senhor, mas que ela não nos venha com a feição da preguiça

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Alegria e poesia

"São Francisco era, por natureza, um temperamento alegre. Como são, em geral, todos os temperamentos criadores. A melancolia é o primeiro passo para a inércia. E ele só foi triste naqueles anos de transição, em que dolorosamente procurava descobrir o seu caminho.
Contam os seus biógrafos que, naquele ano que passou prisioneiro em Perúgia, foi a sua jovialidade que salvou do desespero os seus companheiros, inclusive o mais fechado, o mais inacessível, o mais grosseiro deles, que vivia sempre à parte e que a vivacidade de alma de Francesco Bernardone conseguiu domesticar.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Caminho de São Francisco

Se sentires o chamado do Espírito, atende-o e procura ser santo(a) com toda a tua alma, com todo o teu coração e com todas as tuas forças.

Se, porém, por causa de tua fraqueza não conseguires ser santo(a). procura então ser perfeito(a) com toda a tua alma, com todo o teu coração e com todas as tuas forças.

Se, contudo, não conseguires ser perfeito(a) por causa da vaidade de tua vida, procura então ser bom(a) com toda a tua alma, com todo o teu coração e com todas as tuas forças.

Se ainda não conseguires ser bom(a) por causa das insídias do Maligno, então procura ser razoável com toda a tua alma, com todo o teu coração e com com todas as tuas forças.

Se, por fim, não conseguires nem ser santo(a), nem perfeito(a), nem bom(a), nem razoável, por causa dos teus pecados, então procura carregar este peso e entrega tua vida à divina misericórdia.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Para você nos conhecer mais:

Nossa Fraternidade se situa no Convento dos Frades Capuchinhos, rua Tietê, 555, Bairro de Fátima, (em frente à Casa de Cultura de Teresópolis) Teresópolis - RJ. Faz parte da Região Sudeste-2. Estamos ligados espiritualmente aos Freis Franciscanos Capuchinhos da Província Nossa Senhora dos Anjos (RJ/ES) e nosso Assistente Espiritual é frei José Soares de Souza.

Nossos encontros:
3ºs (terceiros) sábados do mês, das 14:30h às 17:00h e nossa missa nos 3ºs (terceiros) domingos do mês, às 10:00h, na Capela Nossa Senhora de Fátima, ao lado do convento.
Esperamos sua visita!

Amigos e irmãos, Paz e Bem!!!

Criamos este espaço para compartilhar com todos nosso amor ao Carisma Franciscano, a São Francisco e Santa Clara que nos conduzem a nosso AMADO JESUS CRISTO. Esperamos a colaboração de todos os irmãos de outras fraternidades e de todo o lugar, qualquer que seja a cultura ou religião. Sejam todos bem-vindos!!!